quinta-feira, 14 de abril de 2016

[#BEDA 14] Resenha | Claros sinais de loucura, Karen Harrington


Eu já havia feito a resenha desse livro há muito tempo, mas não lembrava que havia feito, então trouxe uma versão reformulada porque sempre que olho a estante vejo esse livro e quero sair recomendando por ai pra todo mundo, inclusive já dei ele de amigo secreto. Sarah é uma garota de doze anos que tem medo de ficar louca como a mãe, que vive numa clínica especializada, por isso passa seu maior tempo procurando sinais de loucura nela mesma, com essa premissa a história vai se desenrolar com um enredo excepcional sobre adolescência.

Nenhum livro tão curto, tão simples e mesmo assim tão profundo me fez ficar assim antes. Eu fiquei pensando na vida depois que acabava um capítulo, ficava pensando como Sarah Nelson. Ela é uma menina muito peculiar, no livro ela acabou de fazer doze anos e já tem tantas preocupações na cabeça que parece que ela tem uma década a mais, Sarah pensa que já esta velha demais para passar o verão na casa dos avós, ela sabe que vai ser muito difícil voltar para aula porque neste ano ela tem que fazer a arvore genealógica dela.

E isso pode ser uma das coisas mais difíceis que ela vai ter que fazer na vida, porque sua família é muito conturbada, a começar pela sua mãe, que tentou afogar ela e seu irmão quando eram pequenos na banheira de casa, e sempre que os noticiários podem eles fazem uma noticia sobre isso, ou quando um novo caso de uma mãe louca tentando matar seus filhos aparece eles relembram do caso da mãe de Sarah. Desde o ocorrido a mãe dela vive num hospital psiquiátrico e o pai vira alcoólatra.

Para tentar não pensar nos “sinais de loucura” que ela pensa que esta aparecendo nela, Sarah manda cartas para o protagonista do livro favorito dela, ela manda constantemente cartas para Aticus Finch de O sol é para todos (e depois de eu ler claros sinais de loucura fiquei morrendo de vontade de ler o sol é para todos). 

Nas cartas ela fala de tudo, sobre a vida dela, o que ela esta pensando e sobre as palavras problemas, as palavras problemas não são uma criação própria da autora, acho, mas foi uma bela jogada, Sarah ao longo do livro lista algumas palavras que são palavras ditas no momento impróprio ou que em qualquer tempo podem provocar algum problema, como ‘bêbado’ e ‘louca’ (ou qualquer outro sinônimo das mesmas) elas causam grande repercursão na família Nelson por o pai ser um bêbado integral e a mãe ser uma louca que mora no hospital de loucos. Karen Harrington se mostrou muito poética na escrita desse livro com algumas quotes a serem marcadas durante a leitura como:


“Descobri que é preciso escolher ter coragem todos os dias, como escolher uma camiseta. Não é automático” .


“É melhor pensar em como as coisas realmente são e não como elas deveriam ser. Mas nem sempre da para controlar a imaginação”.


É um livro tão simples, tão poético e com traços tão profundos que é difícil largar ele, você começa a ler e não para mais. Por ser um livro tão curto não dá para falar muito dele se não acabo dando spoilers, mas depois que você ler pode ficar refletindo sobre as aventuras de Sarah Nelson no verão com suas criticas, especulações e coragem espetaculares. E fique atento em você mesmo para não aflorar os claros sinais de loucura...


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