quinta-feira, 28 de abril de 2016

[#BEDA 28] Resenha | Fique onde está e então corra, John Boyne


Fique onde está e então corra é uma história que com sua simplicidade nos mostra o quão importante são as coisas pequenas que depois de um tempo se mostram de grande valor, atos de amor, não só pela amada ou amado, namorado ou namorada, esposo ou esposa, neste caso, John Boyne nos mostra a importância do amor, companheirismo e sinceridade do relacionamento entre pai e filho, num cenário tão difícil, que foi a primeira Guerra mundial.

O livro começa no exato momento do estopim da 1ª Guerra, que por um acaso muito grande do Universo, é o mesmo dia do aniversario de Alfie, o protagonista da história, e quem a narra em primeira pessoa. Ele é bem esperto pra sua idade, cinco anos, depois de um tempo de sua festa ter começado ele percebe que muito menos da metade dos convidados não apareceriam ele foi ligando as coisas, e descobriu que havia algo errado. Algo muito errado por sinal, já que seu pai nunca saia de casa antes de se despedir de sua mãe, mesmo sabendo que voltaria a vê-la após o fim do dia, e voltar com o uniforme completo do exercito, sua mãe e sua avó choravam e diziam para ele prometer que não iria se alistar, Alfie só por isso já sabia que o alistamento não seria nada bom.

No primeiro ano fora de casa, seu pai fez muita falta, tanto para Alfie, quanto para sua mãe, e é ai que quero chegar, a falta que faz não ter um pai, ou ter um pai ausente, que é quase a mesma coisa, para um filho homem, a falta que faz ter um pai que não te acompanha nas coisas que você faz, que não conversa com você, que mal percebe que tem um filho, por o pai estar longe de você, ser ausente mesmo estando na mesma casa ou outros motivos. Para Alfie é muito difícil e percebemos muito bem isso, pela narrativa incrível do autor, por ele nos colocar por inteiro no mundo de Alfie, no mundo de Alfie na Guerra.

Para Alfie, disseram que isso iria acabar antes do Natal, mas depois de quatro natais e o quinto se aproximando, ele viu que algo estava errado, com seu pai ou com a Guerra. A Guerra não andava, e não havia sinal de que daria uma trégua tão rápido, mas tudo nos conformes, segundo o jornal. Mas quatro anos era muita coisa para uma pessoa ficar na guerra, ainda mais que depois de seu segundo ano na guerra, seu pai parara de enviar cartas. Alfie só tinha certeza de uma coisa: alguma coisa havia acontecido com seu pai, só não sabia o que.

Tem até um diálogo que eu deixo marcado aqui no livro que mostra o quão sensível e inocente é a narrativa:


"-Você acha que o papai vai me levar na carroça com ele amanha? - Alfie perguntou
-Você pediu a ele?
- Sim mas ele disse que não posso até ficar mais velho.
- Então não - respondeu Margie.
- Mas amanhã eu vou ser mais velho do que hoje - disse Alfie."


Não tem nenhum GRANDE SPOILER desse livro, é apenas um livro, que apesar de 200 paginas, mostra exatamente a realidade de uma criança, aborda de forma que podemos sentir que há mesmo uma criança contando uma história tão horrorosa que ela mesma viveu. Acho que só pela narrativa do Boyne vale muito a pena a leitura, mas um outro ponto muito alto da leitura é um ponto de vista diferente e por o livro se passar na primeira Guerra e não na segunda como a maioria dos livros deste estilo, recomendo muito mesmo, leiam e vocês vão entender. Espero que tenham gostado! Abraços!


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